A moeda era outra, a economia vivia outros desafios e a definição de carros de luxo também era bastante diferente da atual. O Brasil vem mudando bastante (e rapidamente), mas é impossível não trazer à tona algumas cenas de um tempo em que os veículos representaram muito na vida do brasileiro, associando liberdade, consumo e status.
O vídeo de hoje mostrará alguns carros de luxo e picapes exclusivas produzidas pela Sulamericana. Fundada no início da década de 60 em Poá (SP), desde o início de sua existência a empresa se dedicou à transformação de veículos. Suas primeiras carrocerias foram construídas em 1962, por encomenda da Ford, pela qual, duas décadas depois, seria homologada como fabricante, vindo a ter direito de receber picapes “0 km” e garantia diretamente da fábrica.
Na sua história constam modificações e criações de cabines-duplas, ambulâncias, furgões e carros de polícia fabricados sobre as picapes F-100. Em 1966, a Sulamericana passou a trabalhar também com picapes Chevrolet, embora por mais de 15 anos sua atividade principal fosse a construção de veículos blindados para transporte de valores e uso policial ou militar. Os carros de luxo estavam na mira, mas viriam mais adiante.
No início da década de 80, com a explosão da demanda por personalizações e picapes transformadas, a Sulamericana passou a dar mais atenção ao segmento, levando-a, em pouco tempo, a abandonar as atividades anteriores. Nesta época surgiu o carro esportivo Mirage, com mecânica do Opala seis cilindros de 4,1 litros, faróis de Monza e lanternas de Apollo. O carro não vingou, mas a empresa insistiu.
Em 1981, pela primeira vez a Sulamericana participou do Salão do Automóvel, onde mostrou suas cabines-duplas GB Special para Ford F-1000 e Chevrolet D-10, modelos de duas portas bem acabados, fabricados em chapa de aço, mas ainda convencionais e sem arroubos estilísticos. A empresa foi criando e inovando durante os anos que se seguiram, sempre usando como referência modelos existentes de marcas como Ford e VW.
Em 1990, quando já se esboçava a grande crise que extinguiria quase toda a indústria brasileira de foras-de-série, a empresa lançou a “nova” cabine-dupla Mônaco para a picape F-1000. A Sulamericana ainda esteve presente no XVI Salão do Automóvel (em 1990) e na VII Transpo (1991), nesta apenas com as cabines-duplas Mônaco e Mig. Passando a funcionar com encomendas, a empresa acabou fechando as portas no decorrer dos anos 90. Relembre alguns de seus modelos mais desejados.
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